No dia 13 de agosto de 2023 começou as eleições presidenciais na Argentina e, você que planeja viajar para o país, deve prestar atenção ao desdobramento de seus resultados, pois dois candidatos prometem Dolarizar a economia, o que afetará a maneira como turistas trocam moedas no país.
Primeiro Round 13/8/23 – PASO (Primarias Abiertas, Simultáneas y Obligatorias)
As PASO (Primarias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) na Argentina são eleições primárias em que todos os partidos políticos participam para definir seus candidatos.
Sendo assim, as Eleições na Argentina PASO são obrigatórias e seguem as seguintes regras:
- Candidaturas múltiplas de um mesmo partido ou aliança: se um partido ou aliança tiver mais de um pré-candidato para presidente, todos competirão nas PASO, então, quem receber mais votos dentro desse partido ou aliança será escolhido para as eleições gerais;
- Barreira mínima: Para que candidatos de um partido ou aliança possam participar das eleições gerais, precisa obter pelo menos 1,5% dos votos válidos nas PASO;
- Indicativo para as eleições gerais: Além de servir como filtro para determinar quais candidatos avançam para as eleições gerais, as PASO também oferecem um panorama do cenário político. Embora não determinem os vencedores das eleições gerais, elas podem dar uma indicação das tendências e forças políticas no momento.
As PASO, portanto, são uma etapa crucial no processo eleitoral argentino, garantindo que os candidatos que avançam para as eleições gerais tenham um respaldo mínimo de apoio popular e oferecendo uma prévia do panorama político do país.
Resultado das Eleições Primárias na Argentina PASO
3 Principais Candidatos 2023 das Eleições na Argentina
Javier Milei (La Libertad Avança) Ganhador Individual e Partido Vencedor das PASO
Nascido em Buenos Aires em 1970, é um economista e professor, adepto da escola austríaca de economia e se autodenomina “anarcocapitalista em teoria”, “liberal-libertário” e “minarquista na vida real”.
Milei escreveu vários livros sobre política e economia e se destacou em debates em programas de televisão, com suas formas contundentes de expressar e debater seus ideais.
Desde 2021, Milei é deputado nacional pela Cidade Autônoma de Buenos Aires, tendo sido eleito nas eleições legislativas daquele ano. Atualmente, é candidato à presidência da Nação Argentina nas eleições presidenciais de 2023, tendo obtido o primeiro lugar nas PASO com 30% dos votos.
Como não teve concorrentes nas PASO dentro do mesmo partido, La Libertad Avança também foi o partido com mais votos, vencendo em 16 dos 24 distritos.
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8 propostas de Milei
- Livre competição de Moedas: Estabelecer na Argentina um sistema onde o peso conviveria com outras divisas, levando possivelmente a uma dolarização do país, o que possibilitaria o pagamento da dívida externa, já que a Argentina é dolarizada informalmente e esses dólares não estão inseridos na economia oficial;
- Reforma das Leis Laborais: Propõe a implementação de um modelo de seguro de desemprego no qual o próprio trabalhador contribui de seu salário para um fundo pessoal a ser utilizado em caso de desemprego;
- Desregulamentação e Redução Tributária: Facilitar e reduzir os trâmites burocráticos, além de diminuir ou eliminar certos impostos visando incentivar a produção e os investimentos;
- “Plan Motosierra”: Forte ajuste do gasto do Estado e sua diminuição, levando para 8 o número de ministérios;
- Eliminação de Subsídios: Remover subsídios presentes no transporte, energia e vários serviços públicos, permitindo que empresas operadoras tenham ferramentas econômicas para teres custos menores, para não ter repasse de custos para os usuários;
- Privatização de Empresas Públicas: Como exemplo, entregaria a Aerolíneas Argentinas para os empregados gerenciarem como uma cooperativa, após o governo sanar seus débitos;
- Reforma na Educação: Propõe a competição entre instituições de ensino com um sistema de vouchers para os alunos terem um cartão, gratuito, com fundos do Governo para pagar a mensalidade da instituição de sua escolha, privada ou pública;
- Reforma Judicial: Dois principais pontos: uma nova doutrina onde quem comete um delito paga por ele.
Sérgio Massa (Unión por la Pátria) Atual ministro da Economia
Nascido em San Martín em 1972, é advogado, sua trajetória começou na União do Centro Democrático durante a adolescência e, posteriormente, passou a defender o peronismo, onde foi eleito deputado provincial.
Tornou-se prefeito de Tigre em 2007 e, em 2009, foi nomeado Chefe de Gabinete por Cristina Kirchner.
Após fundar a Frente Renovadora em 2013, foi eleito deputado nacional por Buenos Aires e fez oposição à tentativa de reeleição consecutiva de Cristina.
Embora tenha concorrido à presidência em 2015 (3), em 2019 decidiu apoiar a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner.
Foi presidente da Câmara dos Deputados e, em 2022, foi nomeado Ministro da Economia.
Massa foi o segundo colocado individualmente e seu espaço político em terceiro.
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8 propostas de Massa
- Equilíbrio fiscal: Gestão econômica equilibrada, onde as despesas do governo não superem suas receitas;
- Superavit comercial: Buscar uma balança comercial positiva, exportando mais do que importa, o que pode contribuir para o fortalecimento da moeda e reservas internacionais;
- Tipo de câmbio competitivo: Estabilizar a moeda argentina, tornando-a mais atraente e confiável para o mercado internacional;
- Desenvolvimento com inclusão: Assegurar que o crescimento econômico beneficie a todos os setores da sociedade argentina, com especial foco na distribuição de renda e oportunidades;
- Investimento em educação: Enfatizar a educação pública, com investimentos robustos em universidades, visando uma população mais preparada e competitiva;
- Relação com o FMI: Estabelecer uma relação transparente e construtiva com o Fundo Monetário Internacional, buscando soluções para a dívida externa e acordos que beneficiem a economia argentina;
- Educação orientada para o mercado de trabalho moderno: Massa quer atualizar o currículo do ensino secundário, incorporando capacitação em tecnologia, programação e robótica;
- Segurança e combate ao crime: Intensificar a luta contra a insegurança, delito e narcotráfico, por meio de investimentos em sistemas de prevenção, inteligência criminal e tecnologia.
Patricia Bullrich (JxC)
Nascida em 1956, em Buenos Aires, Bullrich ocupou diversos cargos políticos de relevância. Foi ministra de Segurança da Nación de 2015 a 2019, deputada nacional.
Foi ministra de Trabalho de 2000 a 2001, ministra de Segurança Social em 2001 e secretária de Política Criminal entre 1999 e 2000.
Se graduou em Humanidades e Ciências Sociais, mestre em Ciência Política e Sociologia e doutora em Ciência Política.
Bullrich pertence à tradicional família argentina Pueyrredón, com antepassados que ocuparam cargos significativos na política do país.
Patricia foi a terceira colocada individualmente e seu espaço político em segundo.
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8 propostas de Bullrich
- Fim do cepo (controle cambial rigoroso): Eliminar restrições sobre a compra e venda de moedas estrangeiras, facilitando as transações internacionais;
- Reforma trabalhista: Propor mudanças nas leis que regem as relações de trabalho, possivelmente tornando o mercado mais flexível;
- Implementação do dólar único: Eliminar diferentes taxas de câmbio no país, estabelecendo um único valor para o dólar;
- Redução do número de ministérios (entre 8 e 10): Reduzir a burocracia e o tamanho do governo, otimizando a gestão pública;
- Reformas com foco nos trabalhadores informais: Focar em regularizar a situação de trabalhadores informais ou em condições ambíguas de emprego;
- Reconfiguração do plano social: Transformar o atual plano social em um seguro desemprego mais simples, focado em auxiliar os desempregados a se reintegrarem ao mercado de trabalho;
- Busca pelo equilíbrio fiscal e implementação de tarifas razoáveis: Promover políticas fiscais responsáveis e tarifas que reflitam os custos reais, evitando déficit e drenagem de recursos;
- Manutenção da ordem pública, combatendo usurpações, protestos nas ruas e outras atividades fora da lei: Fortalecer a segurança e a ordem pública, enfrentando ocupações ilegais e protestos que perturbem a ordem.
Quais os próximos capítulos das Eleições na Argentina em 2023?
Por fim, na Argentina, o sistema eleitoral para eleger presidente é o de dois turnos, similar ao utilizado em vários outros países:
- Primeiro Turno (22 de outubro):
- Primeiramente, para se eleger em primeiro turno, um candidato precisa obter:
- Mais de 45% dos votos válidos, ou;
- Mais de 40% dos votos válidos com uma diferença de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado.
- Primeiramente, para se eleger em primeiro turno, um candidato precisa obter:
- Segundo Turno (ou Balotaje – 19 de novembro):
- Caso nenhum candidato alcance os requisitos mencionados acima, segue para o segundo turno;
- Confronta apenas os dois candidatos mais votados no primeiro turno;
- Dessa maneira, se elege presidente quem obtiver mais votos.